7.7.07

Blog como ferramenta de relacionamento para microempresários - pte 1

Próximo ao nosso prédio aqui em São Paulo, eu e minha mulher fizemos amizade com a proprietária de um empório que vende só coisas gostosas e que atende as pessoas de maneira especial. Ela estava para contratar um serviço para fazer um site estático para seu comércio ser encontrado via Web. Me ofereci para ajudá-la a criar um blog que será mantido por ela usando recursos disponíveis gratuitamente pela rede. Estamos apostando que esta solução apliará suas vendas servindo como plataforma de relacionamento online com seus clientes.

Vou documentar esta experiência pelo blog com o objetivo de produzir um manualzinho para microempresários explorarem os benefícios da rede.

Introdução

No quarteirão do prédio onde moramos existe uma vendinha muito bacana, o Empório Salatino. É uma espécie de loja de conveniências. Vende pães italianos entregues de uma padaria do Bixiga, vinhos, frios e coisas gostosas em geral. Se você estiver voltando para casa depois de um dia cansativo, morar pelos lados da Pompéia em São Paulo, e quiser um petisquinho especial, com produtos diferenciados e atendimento simpático, esse empório é ótima opção.

Antes de falar sobre o empório, vou relatar como nós o descobrimos. Nos mudamos para este prédio no começo de 2006. E antes de tomarmos coragem e entrar, eu e minha amada passamos muitas vezes na frente desse empório com cara de vendinha de bairro. Por um lado, parecia com o comércio familiar. Fica no espaço de uma garagem, comida por todos os lados, tudo limpo e iluminado, garrafas de vinho, azeitonas, massas e molhos caseiros. Mas para que ir lá? nós pensávamos. Temos quatro supermercados a um raio de poucos quarteirões, onde compramos tudo e o pagamento é facilitado.

Enfim, de tanto passar na frente, um dia acabamos entrando. E desde então nos tornamos fregueses.

A Vanessa, proprietária, como boa descendente de italianos, adora uma mesa farta, bons vinhos, festa, risada, e ela escolhe os produtos desse jeito, como se estivesse preparando um jantar de domingo, e é ela quem atende e faz as vendas. Essa intimidade com a mercadoria e com o fornecedor, além do carinho, bom humor e empolgação honesta no atendimento são características que o varejista de grande porte não poderá igualar.

Nesse sentido, o Paladino é familiar, mas tem a agilidade de um negócio atual. Enquanto alguns comerciantes de antes do computador e da popularização dos cartões rejeitam essa solução de venda, em função do custo associado à taxa de transação e aluguel do equipamento, o empório aceita todas as bandeiras, para crédito e para débito.

A Vanessa percebeu que para a classe média, o cartão substituiu a compra à fiado. O espírito é o mesmo: leve agora, pague depois, e essa facilidade frequentemente estimula o cliente a gastar mais. Uma compra que seria de R$ 5 (300g de azeitonas) facilmente sobe para R$ 20 (azeitona + vinho em promoção, por exemplo).

Proposta

Por que estou falando tudo isso sobre esse Empório Salatino? O que isso tem a ver com este blog sobre Internet colaborativa? É que um desses dias, estávamos conversando com a Vanessa, e ela disse que estava para contratar um serviço para criar e dar manutenção a um site para promover o empório. Ela pagaria R$ 150 por ano tendo direito a três páginas estáticas - o que quer dizer que ela não poderia administrar o conteúdo publicado, para fazer isso, dependeria de entrar em contato com a empresa solicitando a mudança.

R$ 150 não é caro. Acho que é um serviço necessário e que tem sua demanda na medida em que disponibiliza a informação sobre o comércio online para ela ser reconhecida nas consultas a ferramentas de busca como o Google. Mas o empório, por suas características, talvez possa aproveitar a internet de maneira mais eficiente, afinal essa é a mídia do pequeno, do não-especialista, do autônomo.

Me ofereci para dar gratuitamente uma consultoria à Vanessa. O objetivo é criar uma plataforma para ela se relacionar online com seus clientes, usando ferramentas também gratuitas disponíveis na rede.

Veja que da mesma maneira como a opção por aceitar cartões de crédito, este caminho não se justifica pela economia. No final das contas a Vanessa vai pagar mais e ter trabalho. A administração da ferramenta ficará por sua conta, ela terá que manter o site atualizado. E mais: fará isso quando não estiver atendendo, o que significa que terá que instalar uma conexão no empório, pagando alguma coisa em torno de R$ 30 por mês, pelo menos. Mas fazendo isso, estamos apostando que o relacionamento que ela já desenvolve com seus clientes presencialmente ganhará outra dimensão.

Além de estar fazendo isso pela Vanessa, para valorizar seu bom trabalho, a idéia de oferecer esta consultoria é utilizar a experiência como base para escrever um artigo relatando o processo, de modo que isso fique disponível a outros microempresários interessados em investir nessa oportunidade de relacionamento com seus clientes e, por que não, também com os parceiros e fornecedores.

Pretendo registrar a experiência no blog e no final, elaborar uma espécie de manual, para dicar disponível em PDF e possivelmente em um wiki, justamente para que o conteúdo fique aberto e possa ser expandido por outros profissionais tanto da Internet como por empresários que tiverem vivências nesse campo.

Essa é a introdução e a proposta. A seguir, vou relatar os nossos primeiros passos para implementar o site.

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Enfim, férias!

Consegui tirar férias em julho. Mas passei a primeira semana correndo. Tinha algumas pendências. Difícil se desligar um mês. Precisei deixar um mês de boletins do Leia Livro gravados para a transmissão em agosto. Também teria que gravar uma porção para o Viva São Paulo, mas resolvi reprisar uma parte do material de 2006.

As outras incumbências profissionais, reais e imaginárias, estão resolvidas. Tenho tempo, agora, para recarregar baterias. As provas do Conectado ficaram prontas e estão à caminho. Além disso, tenho três livros na fila e um para terminar de ler. Quero também dar uma consultoria - mais sobre isso no post seguinte. E devemos sair pelo menos duas semaninhas da cidade, para lavar do corpo a pressa, a ansiedade.

Enfim, férias!

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