29.1.07

Termo de exclusividade

Uma das editoras que demonstrou interesse por avaliar o livro 'sem compromisso', mandou junto com o email um formulário que deveria ser entregue assinado junto com o arquivo impresso. Esse documento é um termo de exclusividade que - pelo que eu entendi - garante que só esta editora poderá avaliar o livro no prazo de 90 dias.

A Gabi Dias, que é editora e está me ajudando nesse processo, também desconhecia a prática. Fiquei imaginando o motivo que levou à sua adoção. A editora quer evitar de se dar ao trabalho de avaliar o livro para depois perder o título para uma proposta melhor. Faz sentido, mas dependendo da prioridade do autor e de sua confiança no livro, a editora pode sair perdendo. A matemática é complicada. O autor corre o risco de perder 3 meses e receber um não. Se o tema for tecnologia, o assunto se desatualiza, inclusive porque depois do livro ser aceito, ainda leva até seis meses em média para ele ficar pronto. São 9 meses de espera.

A editora conta com seu prestigio para pedir a exclusividade, mas em troca não oferece garantias. Pede fidelidade sem contra-partida e exige muito tempo de espera. No nosso caso, inclusive, não poderemos assinar o termo porque o livro já foi oferecido a outras editoras. O que fazer? Escrever pedindo para eles desconsiderarem o contato prévio? Complicado...

Talvez uma maneira mais amistosa de tratar o autor seja oferecendo um termo de preferência. O autor concorda que se as propostas forem equivalentes, a editora tal terá a preferência. Se o autor recebe uma proposta antecipada, ele se compromete a informar a editora com quem ele tem o acordo. A editora tem um prazo (duas semanas?) para avaliar a oferta e dar sua cartada. Se achar que vale a pena, aceita. Se não, deixa o autor livre para fazer sua escolha.

Obviamente o autor pode blefar. Isso poderá queimá-lo com a editora(ou com várias, dependendo o relacionamento entre os editores) e também fazer com que ele, tentando acelerar a avaliação, receba um 'não' antecipado por a editora não topar acelerar o processo.

Faz sentido?

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24.1.07

Um título

O título do meu livro é o mesmo deste blog: Mídia Social - Aplicações e Estratégias para Internet Colaborativa. Eu particularmente gosto muito do termo 'mídia social', muito mais do que Web 2.0; inclusive justifico essa preferência na introdução. Mas cá no Brasil ele é praticamente desconhecido. O verbete existente na Wikipedia em inglês é preciso, mas não existe uma versão dele em português. Estou me dando conta disso durante o processo de oferecer o livro a editoras.

Fico pensando: quantas pessoas entendem de cara ou conseguem deduzir o significado do termo de primeira? Tenho a impressão que a palavra 'social' no Brasil hoje está muito relacionada a coisas populares - programa social, responsabilidade social, etc. A primeira idéia que a maioria das pessoas pode ter, depois de um certo esforço interpretativo, é que o assunto seja relacionado a rádios comunitárias ou audiovisual para grupos desfavorecidos. Em qual estante os funcionários das livrarias colocariam um livro com esse título? Na de temas políticos?

Por isso estive considerando a possibilidade de inverter o título para: "Internet colaborativa - Aplicações e Estratégias para Mídia Social". Assim a palavra 'internet' fica proeminente e tudo se resolve. Mas por outro lado, manter o título atual é uma oportunidade para praticamente lançar o termo no país e, com isso, estabelecer com clareza seu significado.

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23.1.07

Busca por editora

Hoje estive com Kiki Garcia, assessora de imprensa da Martins Fontes, no café da manhã oferecido pela editora Thomas Nelson para anunciar sua entrada no mercado brasileiro em parceria com a Ediouro. Pouco antes da apresentação do publisher Carlo Carrenho, falei com a Kiki sobre o meu livro ao que ela me disse:

Corra atrás de uma editora logo porque você plantou a idéia para o mundo e qualquer pessoa pode acessá-la agora.
A Kiki é espiritualista e esse conselho me fez lembrar de uma informação curiosa, que eu li em algum lugar, e que é a seguinte: o tempo de resolução de um jogo de palavras cruzadas cai sensivelmente depois dele ter sido publicado a primeira vez. Isso sugere que depois que a resolução é lançada para o que poderia talvez ser chamado de 'inconsciente coletivo', ela fica acessível para outras pessoas.

Bom, o Carlo começou a apresentar a Thomas Nelson e para fevereiro eles têm previsto o lançamento de um livro sobre blogs... Óbvio que eu e a Kiki nos olhamos, em parte surpresos, pela 'previsão' dela ter se concretizado tão rapidamente.

Não quero, com isso, afirmar que o livro sobre blogs tenha alguma relação de causalidade com o que eu escrevi, e sim - mistica e pragmaticamente - que o assunto está aí, muita gente está se deparando com as questões levantadas pelo uso da mídia social, e não dá mesmo para esperar ou relaxar agora. Preciso me mover para procurar contatos nas editoras e oferecer o livro.

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22.1.07

Direito autoral e copyright no Brasil

Fiz um curso (metade de um curso porque estava terminando de escrever meu livro) com o professor Imre Simon do IME-USP sobre sociedade da informação. O texto base do curso foi o The Wealth of Networks lançado no ano passado pelo professor Yochai Benkler de Yale.

Umas das primeiras coisas que o professor Imre falou no curso foi de como Benkler dava exemplo daquilo que propunha. Seu livro está registrado com um licenciamento Creative Commons, permitindo que qualquer pessoa possa derivar o WoN contanto que isso não tenha finalidade comercial e que o autor seja creditado.

Mandei um dos capítulos do meu livro ao professor Simon e ele muito generosamente comentou página por página. (Eu estava me sentindo numa armadilha porque tinha dedicado muito tempo ao capítulo, queria aproveitá-lo de qualquer jeito, mas não estava conseguindo fazer a amarração final. As observações do professor Simon foram fundamentais para que resolver os pontos pendentes e finalmente encerrar o processo de redação.) E no final, fez a seguinte provocação:

Fechando as sugestões eu adoraria de ver o teu livro editado em forma impressa concomitantemente com uma versão eletrônica com uma licença CC do tipo do Benkler. Tem alguma chance para isto? É importante a gente praticar o que prega :-))
Eu respondi da seguinte forma:
sobre publicar o livro em papel e na rede, isso dependerá mais da editora do que de mim. o benkler certamente tem mais cacife do que eu para fazer um pedido desse tipo. eu só enxergo vantagens; o livro online ajuda na divulgação e além disso, o copyleft extra-oficial já acontece nas bancas de xerox das faculdades, de modo que o prejuízo em dinheiro, se existir, não seria substancial. a internet apenas oficializa o que já acontece na prática. com o benefício de que o inusitado da disponibilidade "grátis" certamente gerará mídia grátis.
Dentro das universidades existem negócios funcionando legalmente que vendem o trabalho dos autores e das editoras e ficam com o lucro integralmente para si. Obviamente falar disso é incômodo porque mexe com um costume e também com o bolso do consumidor. O mesmo acontece em pleno centro financeiro da cidade de São Paulo, na avenida Paulista, onde existem pequenos shoppings onde se vende abertamente CDs, DVDs e jogos ilegalmente copiados. E quem compra é também a classe média educada. A discussão sobre o copyright no Brasil deveria começar com a percepção que se tem do direito autoral para que ela tenha uma finalidade prática no país.

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Para registrar um livro

Para quem não sabe, aqui vai um resumo de como registrar um livro no Brasil. Essa informação é bastante completa; chegou por email enviado pela Escritório de Direitos Autorais aqui em São Paulo. Você poderá localizar o representante da Fundação Biblioteca Nacional mais perto da sua cidade no site da instituição - www.bn.br.

1) Preencher requerimento - formulário aqui.
2) Pagar taxa no Banco do Brasil - R$ 20 pessoa física e R$ 40 pessoa jurídica.
3) Rubricar todas as páginas se o material estiver inédito. (As páginas devem estar encadernadas.)
4) Por uma questão técnica, o título não pode ter mais do que 56 caracteres, incluindo espaços. Mas isso faz pouca diferença porque o registro não é do título, mas da obra. Depois voce pode colocar o título que quiser.
5) Anexar cópias do CIC e RG dos autores.

Os gêneros são os seguintes: Poesia, Teses/Monografias, Político/Filosófico, Romance, Contos/Crônicas, Personagens/Desenhos, Didático/Pedagógico, História em quadrinhos, Biografias, Música (Letra com Partitura), Cinema/TV (Roteiros/Argumentos), Publicidade, Teatro (Peças) , Místico/Esotérico, Periódicos (Revistas/Jornais), Técnico/Científic, Religioso, OUTROS (escrever o assunto).

Endereço em SP: FUND. BIBLIOTECA NACIONAL — Rua Gal Julio Marcondes Salgado, nº 234 - Campos Elíseos São Paulo CEP 01201-020. Tel.: 3825-5249
Email: fbn-sp@bn.br
HORÁRIO DE ATENDIMENTO = 10:00 ÀS 16:00h

Para pagar a taxa: acesse o site https://consulta.tesouro.fazenda.gov.br/gru/gru_simples.asp e preencham o formulário somente com as seguintes informações:

  1. UG: 344042;
  2. Gestão: 34209;
  3. Recolhimento Código: 288306;
  4. CNPJ ou CPF do contribuinte;
  5. Nome do Contribuinte / Recolhedor;
  6. Valor Principal;
  7. Valor Total;

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19.1.07

Abobalhado

Estou muito impressionado com o Google. Esta ferramenta de blog está muito completa e fácil de usar. E a vantagem é que está integrada a uma série de outros produtos igualmente úteis. Para usar voce só precisa ter uma conta Google.

Parece que isto está caminhando para que o PC deixe de estar na mesa e fique em servidores espalhados pelo mundo. Cada vez mais enredados. Cada vez mais trocar informação e produzir conjuntamente. E o curioso é que isso esteja disponível gratuitamente. Serviços como o blog ou Google Docs.

Eu só consigo imaginar o que pessoas nos países desenvolvidos estão fazendo com essas ferramentas. Grupos de estudo, equipes de trabalho em pequenas empresas, coletivos de artistas. É muito fácil de usar e completamente acessível.

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Em busca de editora

O livro está pronto. Foram 15 meses de trabalho intenso. Nunca pensei que desse tanto trabalho assim. Ainda mais quando a gente não pode se dedicar integralmente à pesquisa. Estou muito cansado e muito empolgado. Vamos começar a entrar em contato com editoras. Ansiedade para que a publicação aconteça logo. O tema está aparecendo em todas as partes - Orkut, blog, YouTube - e falta um livro sobre o assunto para o público geral.

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